quarta-feira, 22 de junho de 2011

Poesia

Aonde quer que esteja, trago Timbó comigo.
Carrego as ruas de minha adolescência, carrego os bares, a biblioteca, o colégio,
carrego os nomes, os rios, as igrejas, carrego os bairros, sobretudo os rurais, carrego as noites
E os dias das paixões temperamentais,
a família, os amigos, tudo carrego e elevo na condição de irmandade.
E há mais: carrego comigo e partilho a memória de nossa cidade,
carrego os peixes de água doce, os abraços e sorrisos,
os antigos prédios, as festas, as artes, as bandas e fanfarras,
carrego as dores, os sabores, a estrada de barro,
o calçamento em mosaico, as praças e parques,
carrego o som das palavras e o vocabulário,
carrego o que se agarra aos fatos: o poema, começo itinerante deste roteiro.
E não canso, porque não há do que se cansar,
pois o que carrego da infância, funda o poro de minha herança:
onde se diz Santa Catarina,
floresce um morro azul altivo
de matas, hortênsias e palmitos.

Por Rogério Lenzi

Nenhum comentário:

Postar um comentário